Com o aumento significativo de casos de dengue no Brasil, um grupo em particular está em alerta máximo: as gestantes. De acordo com a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), mulheres grávidas têm até quatro vezes mais chances de desenvolver quadros graves da doença, com um risco aumentado de morte para elas e para seus bebês.
A fisiopatologia da Dengue é a mesma em gestantes e não gestantes, mas as mudanças significativas no organismo durante a gravidez tornam as mulheres mais suscetíveis a complicações. A doença afeta diretamente a cadeia plaquetária, aumentando o risco de quadros hemorrágicos. Desde abortos espontâneos nos primeiros meses até complicações como descolamento de placenta e parto prematuro no fim da gestação, os impactos podem ser graves para a mãe e o feto.
O momento do parto também apresenta riscos elevados, incluindo o perigo de hemorragia durante o procedimento. No Hospital São Luiz Osasco, por exemplo, houve um aumento de 39% nos atendimentos de casos suspeitos de dengue em uma semana específica, demonstrando a importância de estar atento aos sintomas.
Os sintomas da dengue podem ser confundidos com outras condições comuns na gestação, por isso é crucial buscar atendimento médico ao primeiro sinal de alerta. Sangramentos, dor súbita e hipotensão postural são indicativos que requerem atenção urgente. Em caso de suspeita, é fundamental procurar imediatamente um pronto-socorro de confiança e seguir as orientações do obstetra.
Além disso, é essencial reforçar as medidas de prevenção, especialmente durante períodos de alta circulação do vírus. Eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti em casa e nos arredores é fundamental. O uso de repelentes, preferencialmente à base de DEET ou icaridina, e adoção de barreiras físicas contra o mosquito, como roupas compridas e telas nas janelas, também são recomendados.
É importante ressaltar que a automedicação está fora de questão, pois alguns medicamentos podem aumentar os riscos de hemorragia. Seguir as orientações médicas é crucial para garantir a segurança da gestante e do bebê.
Diante do aumento dos casos de dengue, especialmente preocupante para gestantes, a prevenção e a busca por atendimento médico precoce são as melhores estratégias para proteger a saúde materna e fetal. A conscientização e a adoção de medidas preventivas devem ser reforçadas em toda a população, garantindo um ambiente mais seguro para as gestantes enfrentarem essa ameaça à saúde pública.
Com informações de guiadafarmacia.com.br
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